«A informação é uma guerra, uma guerra entre modelos sociais. Entre os defensores de um mundo desigual, injusto, governado por depravados e autênticos terroristas que impõem a sangue e fogo um modelo económico que condena à morte milhares de pessoas em todo o mundo, e aqueles que decidem estar ao serviço dos grupos, movimentos, intelectuais e outros lutadores, que todos os dias arriscam a vida a defender outro modelo de mundo possível.»
Pascual Serrano - José Daniel Fierro

REFORMAS E BAIXAS MÉDICAS EM PORTUGAL - escândalos!

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COMER E CALAR! - até quando?


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sexta-feira, março 31, 2006

O COMBO HITO (continuação)

Pois é.
Apesar da muita àgua pluvial que tem passado debaixo da minha ponte, a minha fonte continua seca, sem energia.
Por isso vou hoje recorrer a um expediente indecente: aproveitar trabalho alheio para dar a "continuação" prometida em sete de Março deste ano.
A São Pedrocas é a culpada.
É, obviamente, diferente da "continuação" que eu lhe ía dar. Mas se alguém a vier a ler, verificará que superaria qualquer outra de minha autoria em qualidade literária e inteligência.
E se digo que o sobredito expediente é indecente, é também porque pelo artigo "
Atenção à História" - aparecido num semanário da Fig. da Foz e assinado pelo meu amigo (só podia) escritor A. Esteves Ferreira - perpassa um tão despudorado quanto imerecido elogio do seu autor a este seu admirador. Obrigado a ele, que mais uma vez me salvou de uma enrascada...


Continuação do post "O COMBO HITO"
-Atenção à História-

"... Juntamente com a carta vinha um conto e um pedido de crítica. Era um belo conto infantil, que a saudade dos filhos lhe ditara. Lindo, nobre e vibrante, fora por certo inspirado pela "tragédia" do esmagamento da sua individualidade na solidão oprimida de alguma viagem no "minhocas" superlotado. Contava a história de um mundo subterrâneo onde um jovem combo-hito (lembro-me de que ele metia um agá no meio disto!) lutava contra a opressão de um rei comboio todo poderoso. A luta era árdua. O Combo Hito queria estudar e não podia. O rei não deixava; não havia escola; todos tinham de trabalhar duramente de manhã à noite. Ele via o pai, um velho e cansado comboio de mercadorias, esmagado por serviços violentos durante horas a fio. O pai e os outros. A escola era luxo proibido, a vida dura, a ignorância profunda, levando ao fatalismo, à aceitação. Combo Hito luta, fala, discute, faz pensar, mobiliza. Ao princípio os comboios assustam-se, têm medo, mas acabam por se decidir e vão para a luta. Reunem-se e reclamam; são reprimidos e fazem greve; são pressionados mas persistem e, finalmente, o rei cede. Vai haver serviço menos duro, melhores condições de vida para todos e, finalmente, livros e escolas para todos os combohitos.
Era de facto uma bela história, simples, muito bem contada, emotiva e directa. Lá estava toda a beleza de uma juventude que rompe as cadeias do obscurantismo, quebra as grelhetas do medo e se ergue, activa e inteligente, a despertar os outros, a fazer-lhes sentir necessidades ignoradas e possibilidades desejáveis e a mobilizá-los depois para a luta até à vitória final.
Uma bela história sem dúvida só que tinha um erro."

(Continua)


quinta-feira, março 30, 2006

FALTA DE ÁGUA (pá)



sabem tão bem ess(t)as cócegas...

o ego fica todo inchado...
mas o torpor arrasa-o.
torpor?
mas qual torpor?!
o que não há é água potável.
muita água nesta fonte.
até logo. mesmo assim ;)

terça-feira, março 28, 2006

EM RECONSTRUÇÃO ... permanente









Se alguém aqui vier (o que duvido...) que desculpe qualquer coisinha!

sexta-feira, março 24, 2006

PORTUGAL (continuação)















O "tapado", desaparecido, foi encontrado.
Mas, infelizmente, sem corcunda
(Aquele pequeno pormenor que o alcandorava a peça de arte).

E foi reposto, de imediato, "en su sitio".

Deixou de ser, de novo, um miserável buraco.

Perdeu em beleza - em relação à instalação anterior - mas ganhou em robustez. Espero!

Honra seja feita, agora, a quem a merece ; )

Algures, 24 de Março de 2006

'Szdéfa fava
(engª. de obras-feitas)

quinta-feira, março 23, 2006

PORTUGAL (continuação)














Era de esperar.
Mas também eu não tive o descernimento de prever o inevitável.
O "tapado", aquele buraco que deu orígem ao meu texto de anteontem, foi roubado!
Sorrateiramente, a coberto das grandes chuvadas de hoje, claro.
Pois foi: o desgraçado ficou ali sozinhito e alguém, atento ao valor das obras de arte, pumba, roubou-o.
Não sei porque é que o Município descorou as providências de segurança necessárias.
Talvez por desconhecer o verdadeiro valor daquela peça. Quem sabe?
Era uma instalação digna da galeria Sotheby's, garanto-vos eu, que também sou perita nestas coisas... obviamente!
E rara (a instalação, claro!) em nossos dias.
O que nos vale é termos connosco os artistas .
Que a irão refazer, esto
u certa.

É esta a vantagem de termos obras públicas, embora efémeras, nas ruas deste país...

Algures, 23 de Março 2006

'Szdéfa fava
(engª de obras-feitas)




quarta-feira, março 22, 2006

Canta a PRIMAVERA, pá

Foi bonita a festa, pá
fiquei contente

'inda guardo renitente,

um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá

mas, certamente

esqueceram uma semente
nalgum canto de jardim

Sei que há léguas a nos separar

tanto mar, tanto mar

Sei também como é preciso, pá

navegar, navegar

Canta a Primavera, pá

cá estou carente

manda novamente
algum cheirinho de alecrim.


Xico Buarque de Holanda

terça-feira, março 21, 2006

PORTUGAL (O Buraco)










Segunda-feira.

Começo da tarde.
Chuviscos.
Por detrás da vidraça, observo estacionamento invulgar.
Da viatura - impedindo a circulação na rua transversal - saiu primeiro o mais velho, de pá em punho.
Depois saiu o segundo.
Eram três.
Os dois primeiros, de colete reflector vestido, encheram as pás de gravilha negra.
Tentaram a travessia, mas pararam de repente.
A hora era de movimento e as derrapagens foram o aviso.

Surgiu o terceiro homem, o motorista, esbracejando.

D
os "ligeiros", que pararam, adivinhei sinais de impaciência.
A viatura do Município (caixa aberta) e os homens das pás, eram o alvo.
Atravessaram, os três.

A missão estava a revelar-se espinhosa.
Mas não só pelo risco iminente de atropelamentos:

O buraco no "tuvenan" (?) na outra margem da via, devia requerer solução sofisticada...
Porque, material e homens, qual promessa, tinham mesmo de atravessar a rua, sob pena do serviço ficar imperfeito!

Conferenciaram os três.
As pás baixaram e voltaram vazias de regresso ao veículo de caixa aberta, após cuidadoso atravessar.

Quinze minutos depois voltei à janela.
O "caixa aberta" já ía lá ao fundo.
Os chuviscos tinham parado.

Curiosa, fui ver o "tapado".
não tinha mais que 40 cm2 e...
...se não fosse a sua corcunda (lombazinha, ou cereja no topo do bolo!), o serviço nunca poderia tornar-se, como se tornou, em autêntica obra de arte.
Como insuspeitadamente vi e olhei.

Depois pensei: "com trabalho assim planificado, por gente preparada, e três especialistas daquele gabarito, não era de esperar outra coisa!"

Algures, 21.03.2006

'Szdéfa fava
(engª.de obras feitas)


sexta-feira, março 17, 2006

PROFESSORAS DE PÊLO NA VENTA



Há muitíssimas crianças em Portugal que vivem em condições de verdadeira miséria.

As "casas" dos seus pais - sobretudo aquelas "construídas" nos subúrbios das cidades - não têm condições mínimas de salubridade (cerca de seis milhões de portugueses vivem sem saneamento básico).

E não há também as mínimas condições, dentro ou fora delas, para as crianças serem receptoras atentas dos mais elementares princípios de educação, por razões que os próprios pais desconhecem. Miséria gera miséria... .

Quase todos sabemos as razões disso, mas a maioria de nós prefere assobiar para o lado.

Sacrificamos os ideais capazes de nos conduzirem a uma sociedade diferente e nova, sem extravagâncias egocêntricas, em homenagem às utopias que nos impingem, a nós, que fazemos parte dos noventa por cento dos menos favorecidos economicamente.

E por isso, passivamente, muitíssima gente continua a esperar (em frente ao televisor) por uma qualquer nevoenta noite de sexta-feira onde, improvavelmente, lhe anunciarão a sua ascensão ao topo da pirâmide.

Até nós - que não estamos muito longe do vértice dessa pirâmide - esperamos, inconscientemente, por outra Sexta-Feira de nevoeiro enquanto reivindicamos, ao som de um baile mandado, o que sobrou do banquete de salão farto que nos permite ter vivenda, casa de praia e carros, mas poucas vezes a felicidade!

Mas volto às crianças (afinal diz o poeta, e bem, "que o melhor do mundo são as crianças") para dizer que, mesmo numa sociedade melhor que a que temos, não bastaria para todas elas terem uma casa bem construída e família atenta.

A casa e a família, mesmo com esses meios adequados, não serão, pois, só por si suficientes para compensar a falta de qualificação de um professor.

O que não será quando a casa não existe, as carências afectivas de um lar estão ausentes e o professor não tem qualidade!

E tudo isto, que precede, vem a propósito de notícia que hoje tive e me estragou o dia:

Uma criança é agredida recorrentemente por uma professora, com o conhecimento da directora da escola onde lecciona.

Nessa escola do Primeiro Ciclo da nossa cidade (Marinha Grande) parece existirem professoras que herdaram do salazarismo, as normas do ensino.

Castigos corporais às crianças ("reguadas"), eram permitidos sim, mas no tempo do fascismo; Na época em que o ensino era ditado para não pensarmos.

Se já nesse tempo era pedagogicamente desanconselhado bater-se numa criança, uma vez que fosse, o que dizer então de uma professora que nos dias de hoje, bate repetidamente a um pequeno ser?

Sobretudo a uma criança que, ao que parece, é vítima (revoltada) do abandono a que foi votada pelos próprios pais.

Ele é o exemplo do menino que nasceu sem amor e em ambiente hostil - como aquele que no começo apontei - e que só outro tipo de sociedade poderá irradicar.

Além de covarde, aquela senhora professora é também o espelho vivo da degradação a que terá chegado a arte de educar e instruir neste nosso Portugal triste e quase sem esperança.

Já no começo do século passado pedagogos alertavam para as sequelas psicológicas causadas pelos maus tratos dos professores aos alunos.

Essa professora(?) e a sua directora, podem até desconhecer Maria Montessori ou Célestin Freinet, mas tinham obrigação de saber que, no ser humano, violência gera traumas, gera de novo violência. É covardia a agressão a uma criança, já por natureza indefesa, mesmo quando ela se revela irrequieta e indisciplinada.

-S'tôras! Falem a esse menino, pedindo-lhe desculpa, olhos nos olhos... falem-lhe com afectividade, tenham alguma paciência... mesmo que seja contra a vossa natureza!

Porque se o fizerem, verão de novo honrados os vossos diplomas e profissão, que conseguiram com o vosso esforço, mas também com os impostos de todos os trabalhadores portugueses.


terça-feira, março 14, 2006

CURIOSIDADES VII


Redacção - 4

(Redacção de aluno que em 1962, no concelho de Pombal, fez o exâme da antiga 4ª. classe)
in "Diário de Lisboa"

A VACA

A vaca tem quatro partes: a dianteira e a trazeira e depois o rabo que ainda tem pelos. Debaixo da vaca está a leitaria. Com o rabo enxota as moscas. O marido da vaca é o boi. Não dá leite e por isso não é mamífero. Dos chifres preparam-se os botões e madre-pérola. A vaca é muito útil come-se por dentro e bebe-se por fora.


domingo, março 12, 2006

CRATA ABRETA À NSOSA CÂMARA

Mraihna Ganrde, 12 Mraço 2006

Craos aimgos:

Escvere-vos quem csotmua dar umas vlotas pleo Paqrue da Cecra, dedse a sua abretrua.

Nucna pecrebi prouqre raãzo aidna lá exsietm motnes de terra com aglum lxio à msitura.
Eu sei qeu a clupa vem do pasasdo, mas, meus shnores, voêcs que já esãto na cârama hà tatno tepmo não repraram que esse deslexio pode ser tomdao como incaipacdade vossa praa gerir os nossos detsnios com mias rigor?

Qaundo passo por um rseaturante com a placa da sua puilbicdade caída, pneso smepre num amigo psiocolgo. Dizia ele com tdoa a rzaão: "Aqui não enrto. Se isto é cá fora, o que não sreá la dnetro!"

São pequneas ciosas como etsa e outras que por aí se vêm que, sem grnades cutsos para a auratquia, bem se podiam evtiar, praa bem de tdoa a counimdade e persgítio vosso.

Auqi fica o meu reigsto círtico, aproivetando a opronutidade para vos pernugtar, tabmém, se gsotam dsete meu palairvado, com tnato dexleiso lnigusítico ( irá ele - reigsto - por isso, cair em scao roto?!)


sábado, março 11, 2006

RIR, É PRECISO!

Posted by Picasa


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...e divirta-se, como este nosso incomparável amigo (que se está "borrifando"(?) para os dentífricos! ... e para nós também) !...



terça-feira, março 07, 2006

O COMBO-HITO



(Uma velha história para crianças - escrita por provinciano, em serviço em Lisboa)


Era uma vez... um planeta que ficava muito, muito, muito longe da Terra e que se chamava Metropolitânia.

Os seus habitantes eram comboios, porque mais ninguém lá podia viver, para sempre, como eles.

Esses comboios falavam e entendiam-se tão bem como as pessoas da Terra e eram também muito inteligentes.

Como alguns seres humanos (os mineiros), os comboios também viviam dentro de grandes buracos onde fazia sempre muito escuro e, talvez por isso, se deu o nome de Metropolitânia ao tal planeta.

O dono desse planeta, hà muitos anos, era um rei rico e muito mau. De entre os seus súbditos, havia uma família que tinha um filho a quem os habitantes da Metropolitânia deram o nome de Combo-Hito, talvez por ele ser muito pequenino e inteligente.

Como os pais do Combo-Hito, também os outros comboios eram pobrezinhos e muito sujos porque a sua única alimentação era o carvão e também porque trabalhavam sempre debaixo da terra, nos tais buracos muito grandes... e depois não tinham tempo para se lavar porque labutavam dia e noite para o rei mau.

Por isso tudo, o pai do Combo-Hito andava muito triste e magrinho... e o Combo-Hito, a partir de um certo dia, também começou a sentir-se muito, muito, muito triste... pensando nos comboios que viviam pobrezinhos como os seus pais.

Nesse dia, o Combo-Hito perguntou ao pai, assim:
-Ó pai, porque andas tu tão triste?

E o pai contou-lhe coisas muito estranhas, que ele ainda não podia entender bem. Por isso pediu-lhe, com muita meiguice, de lágrimas nos olhos:
Ó pai, deixa-me aprender a ler, como o rei!

E o comboio grande (entre dois apitos baixinhos) disse ao filho que o rei mau não deixava ninguém aprender a ler, porque queria que todos os habitantes da Metropolitânia trabalhassem para ele desde pequeninos, sem parar.

Durante várias noites o Combo-Hito pensou, pensou, pensou... até que teve uma ideia: Foi falar com os outros comboios todos, às escondidas dos pais e dos polícias do rei e disse-lhes que não deviam deixar trabalhar mais os seus filhos pequenos, antes de aprenderem a ler.

A princípio os comboios grandes tiveram mêdo que o rei mau os castigasse, mas depois pensaram que o Combo-Hito tinha razão.

-Não está certo! Os comboios pequeninos nem têm autorização para brincar, e isso é uma injustiça! -Dizia um dos comboios grandes.

-Realmente não é justo! - Dizia outro.

-O Combo-Hito tem razão. Vamos fazer como ele diz! - Decide um terceiro comboio.

Então, resolveram juntar-se todos os comboios do reino em frente do palácio do rei mau e exigiram que o rei mandasse ensinar a ler todos os comboios pequeninos.

Apitaram, apitaram, apitaram - deitando faúlhas e tudo! -até que o rei, com mêdo de perder todo o poder que tinha, não teve outro remédio senão mandar construir escolas por todo o reino.

A partir daquele dia, e por causa da ideia do Combo-Hito, os comboios do reino-do-rei-mau juntavam-se todos no palácio real, a apitar muito, cada vez que queriam exigir outros direitos.

Foi por causa disso que a Metropolitânia passou a ser toda iluminada e os comboios deixaram de se alimentar só a carvão.

Hoje, a maior parte dos comboios alimentam-se a electricidade e muitos deles já não trabalham mais para o mesmo rei.

(Continua)

quarta-feira, março 01, 2006

CHIU! ESTOU DESCANSANDO.


VOLTO JÁ!