«A informação é uma guerra, uma guerra entre modelos sociais. Entre os defensores de um mundo desigual, injusto, governado por depravados e autênticos terroristas que impõem a sangue e fogo um modelo económico que condena à morte milhares de pessoas em todo o mundo, e aqueles que decidem estar ao serviço dos grupos, movimentos, intelectuais e outros lutadores, que todos os dias arriscam a vida a defender outro modelo de mundo possível.»
Pascual Serrano - José Daniel Fierro

REFORMAS E BAIXAS MÉDICAS EM PORTUGAL - escândalos!

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COMER E CALAR! - até quando?


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sexta-feira, novembro 25, 2005

OS CONVENCIDOS DA VIDA





"Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
(...)
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.

Alexandre O'Neill, in 'Uma Coisa em Forma de Assim'"

NOTA: - Este post não tem destinatário certo na Marinha Grande.
É apenas um AVISO para mim.
Para não cair em tentação!...

quarta-feira, novembro 23, 2005

CURIOSIDADES II


Sentir a vida é difícil....
Muitas vezes temos que parar...olhar para o infinito ...e perceber que nem tudo o que mexe é real...

sábado, novembro 19, 2005

CURIOSIDADES 1




VOCÊ ACHA QUE TEM CONTROLE SOBRE O SEU PÉ?

Duvido!
Se não conseguir, pelo menos dará boas risadas...
Tire a prova você mesmo, para ver se tem controle do seu pé direito.
Vale a pena tentar!

Quando estiver sentado à sua mesa, faça círculos com o seu pé direito no sentido dos ponteiros de um relógio.
Enquanto estiver fazendo isso, desenhe no ar o número 6 com a sua mão direita, de cima para baixo, como normalmente se faz.

Você perceberá que o movimento do seu pé vai mudar de direcção... Vai circular contrário aos ponteiros do relógio...

Hehehehehehe... Não adianta!!! É o mesmo local do cérebro que comanda...

sexta-feira, novembro 18, 2005

À volta de Kandinsky

Peço desculpa pela transcrição deste texto (em Português do Brasil) mas o seu conteúdo falou-me mais alto...

" A Arte e Espiritualidade - Malu Aguiar - (março 2001)
A arte e a espiritualidade estão intrinsecamente ligadas. O nível de evolução humana de um povo pode ser medido através de sua arte, que é um retrato de sua época e de seus homens e um reflexo imediato da religião, política, economia e cultura de um país. Nas épocas de grande desenvolvimento da alma humana, a arte torna-se mais viva e mais rica. Nas épocas em que as doutrinas materialistas e o ceticismo prevalecem, produz-se uma arte degenerada - que visa somente o lucro ou o sucesso individual de um artista ou de um grupo.A verdadeira arte é aquela que prescinde de uma explicação teórica, de um discurso intelectual, de shows pirotécnicos e de uma mídia que a divulgue. A arte não existe para ser entendida e sim sentida. Explicar a composição química de um alimento não o fará experimentar seu gosto e certamente não aplacará sua fome. A verdadeira arte é o pão que alimenta a alma faminta - imprescindível ao avanço espiritual da humanidade. Dentro deste conceito, o artista passa a ser um meio pelo qual o Espírito se manifesta, através dos caminhos próprios da arte.Uma prova de que a arte reflete o momento histórico de um povo é a produção artística contemporânea, que reflete o caos e a separação que existe entre os diversos setores da sociedade moderna, entre a vida material e o espírito humano. Esta situação está muita bem representada pelo abismo existente entre o artista/obra e o público. Esta dicotomia é absurda, visto que a existência de um somente se justifica pela presença do outro: não existe artista sem público.Nas civilizações antigas não havia separação entre a arte e a vida comum: elas se relacionavam no cotidiano. A arte fazia parte da vida da sociedade e não ficava reservada a um espaço restrito. Esta cisão ocorreu com o advento da economia moderna, que separa os setores da sociedade em compartimentos, de modo que estes se tornem mais funcionais.Os homens de espírito de hoje afirmam que este divisionismo vem deteriorando e terá de ser substituído por um conceito mais universalista e unificador em todos os setores da sociedade. No futuro, a medicina, o meio ambiente, a política, a economia, a educação e a cultura, etc. terão que se relacionar de forma mais coerente em beneficio da sociedade em geral. Na minha opinião, isso vem sendo engendrado gradativamente, mesmo que por pequenos grupos, que considero os focos das grandes mudanças que advirão no próximo milênio.Os artistas deverão refletir estas mudanças. Mas como poderão faze-lo se eles mesmos estão cindidos? A arte atual e os artistas estão sem direção. Ambos nunca estiveram tão distantes deste ideal de universalidade, de unificação. Atualmente, as obras de arte "ou são ignoradas ou tornam-se mundialmente famosas, como objetos de museu, já mortos antes mesmo de nascer" , como afirmou o sociólogo alemão Robert Kurz em um ensaio para a Folha de São Paulo (Caderno Mais), onde compara o artista atual ao rei Midas, que morreu de fome porque todo alimento que tocava virava ouro ou então a Tântalo, de quem se esquivavam a água e os alimentos.Os homens da arte, aqueles que deveriam representar o artista, pouco têm contribuído para criar uma ponte entre este e o seu público. Ao contrário disso, erguem um muro intransponível entre eles, com seu discurso rebuscado e enigmático. O público sente-se logrado diante de uma arte que não entende, de um artista que não conhece e volta-lhes as costas, com desprezo. A ponte ruiu. Neste ponto se estabelece uma verdadeira crise da arte, onde ela perde sua característica de reflexão estética da sociedade e da relação do homem com o mundo que habita e ganha um frio caráter de "arte pela arte", um fim em si mesmo ou então um produto (muito caro) a ser etiquetado e vendido em leilões e galerias.Esta crise, porém, não é nova. No início do século, o artista russo Kandinsky - autor da Primeira Aquarela Abstrata (1910) - já afirmava que a "a arte está em busca de uma resposta - especializada, ela só ficará inteligível para os próprios artistas (...) que, em geral, têm muito pouco a dizer.".Kandinsky foi um dos principais artistas que discutiram a questão filosófica da arte e seu conteúdo espiritual, tendo sido um dos mais influentes artistas do século XX. Ele, que desde criança já possuía uma capacidade sinestésica evoluída, remetia, em sua obra, à música das esferas e aos sons puros e manifestava, através da cor, uma visão mais espiritualizada da arte. Com seus livros O Almanaque do Cavaleiro Azul e Do Espiritual na Arte, buscava "despertar a faculdade de experiência espiritual nas coisas materiais e abstratas", que julgava "indispensável no futuro e que permitirá experiências infinitas".Kandinsky afirmava, ainda, que "é belo o que provém de uma necessidade interior da alma; é belo o que é belo interiormente". Essa beleza a que se referia manifesta-se precisamente a partir do encontro do artista com sua verdade interior, da manifestação de sua necessidade interior. Nesse sentido, somente a obra criada a partir de um profundo contato do artista consigo mesmo e que manifesta sua singular relação com o universo a sua volta, tem um valor intrínseco. O contrário disso possui valor estritamente material.Portanto, a possível resposta para o dilema que as artes plásticas enfrentam atualmente está no próprio artista. É ele quem tem que mudar esta situação, reconhecendo, em primeira instância, a sua importante e difícil tarefa, sem abafar seu talento na imitação de épocas passadas, vinculando-se a esta ou aquela escola ou buscando tendências puramente materialistas.Como afirmou Kandinsky, "o artista deve trabalhar sobre si mesmo, aprofundar-se, cultivar sua alma, enriquecê-la, a fim de que seu talento tenha algo a cobrir. Deve ser cego em face da forma, como também surdo aos ensinamentos e desejos do seu tempo. Seus olhos devem estar abertos para sua própria vida interior, seus ouvidos sempre atentos à voz da Necessidade Interior.".Somente assim criaremos, a exemplo de Kandinsky, a verdadeira arte espiritual, a arte do futuro.
Malu Aguiar - artista plástica e diretora do Espaço Artístico Kandinsky "

domingo, novembro 13, 2005

Recomendação Cinéfila 1

"Antes do Amanhecer" e "Antes do Anoitecer" são filmes que nos fazem questionar a sociedade e o modo como ela nos afecta na forma de amar alguém. O acto de amar alguém está sempre condicionado pela acaso, pela educação, e pela forma como o mundo nos molda através dos tempos.
Para muitos trata-se apenas de uma linda história romântica dividida em dois filmes.
Para mim trata-se de uma visão lúcida sobre a nossa luta interior permanente: idealismo vs realismo .
Desejar ou racionalizar?Amar ou apaixonar? Sentir ou racionalizar? Ideal ou Realidade?

Nota importante: vêr primeiro"Antes do Amanhecer"

Dá-lhe !!!!



Damos assim por inaugurado um blog que pretende ser um veículo de discussão de ideias em torno de...
elas mesmas !