Começo por dizer que não me choca ver, na rua, nem os umbigos nem as raias das túrgidas nádegas de belos corpos femininos...
"O que é bonito é para se ver", como acertadamente diz o povãoii...
Confesso, no entanto, não gostar de ver em exposição pública, deliberadamente, coisas inestéticas. Sejam elas quais forem. Nomeadamente: umbigos mal atados sobre dilatados ventres; divisórias de flácidas "aberturas terminais"; Estrias e "pneus" em corpos a quem os deuses não favoreceram em beleza exterior; etc.
É aqui que dou razão ao "jovem" e conceituado cineasta europeu, Manoel de Oliveira. A quem foi atribuído o seguinte comentário, a propósito da moda da exposição e utilização do corpo:
"Hoje há muitas coisas erradas. As mulheres andam com o umbigo à mostra e tatuam a pele, isto é desrespeito pelo ser humano, pela sua natureza."
E eu, se estivesse ao seu lado, acrescentaria: "Não devíamos, em certos casos, ser agredidos com tanta falta de bom senso e bom gosto".
Mas que fazer? -São as leis da evolução. Ou involução, caso se prefira aceitar que se está a caminho dos hábitos primordiais do homem pré-histórico, ou a "macaquear" usos e costumes de países em vias de desenvolvimento, a que o clima e a pobreza dão suporte.
E contra essas leis nada há a fazer, a não ser que se deixem amadurecer as contradições. Eu sou pela evolução.
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!", mas nem sempre no melhor sentido.
Admito como pessoa deste tempo, que dentro de alguns anos, seguindo as leis da involução, irmãs, esposas, mães, filhas e netas (que pela ordem natural das coisas já não vão ser as nossas), passarão a andar na rua com a maior das naturalidades, tal e qual como a mulher de que
AQUI se dá notícia...
Acreditando no aparecimento da futura moda acima publicitada, estou convicto de que entre nós, velhos e novos de hoje (se por milagre vivessemos o suficiente) apareceriam, nesses vindouros tempos, muito poucas divergências sobre o assunto... infelizmente para gozo dos jovens de então...
Penso assim que, a nenhum dos grupos actuais, prós ou contras (como Manoel de Oliveira), é legítimo apelidar de retrógrado e ou falho de amor à liberdade.
Lembremo-nos de que até aos anos 60, em Portugal, era indecoroso um casal beijar-se na via pública. Hoje, todas as gerações, incluídas as que viveram esses tempos, acharão ridiculo tal reparo.
O "mundo é composto de mudanças" como o comprova, neste contexto, o que precede, mas para mim, e apesar do que aqui debitei, preferiria outras mudanças:
Aquelas que enriquecem interiormente cada ser humano e que nos ajudam a ter bom gosto e bom senso.