«A informação é uma guerra, uma guerra entre modelos sociais. Entre os defensores de um mundo desigual,
injusto, governado por depravados e autênticos terroristas que impõem a sangue e fogo um modelo económico que condena à morte milhares
de pessoas em todo o mundo, e aqueles que decidem estar ao serviço dos grupos, movimentos, intelectuais e outros lutadores, que todos os dias arriscam a vida a defender outro modelo de mundo possível.» Pascual Serrano - José Daniel Fierro
São manchetes como "Câmaras devem 1000 milhões às construtoras" que me fazem estremecer de vergonha do jornalismo deste país.
Um jornalismo hipnótico e anestesiante da dor das verdades inconvenientes.
Há muito que se absteve de informar para passar a ser entertenimento puro. Sensacionalismo e Emoção.
A manchete é objectiva : "Câmaras devem 1000 milhões às construtoras"..
Informa que "os outros" devem dinheiro a "outros" tantos.
Mas a verdade verdadinha da notíca sem truques na manga e para os "acordados" é:
" O governantes geriram mal o teu dinheiro e não pagaram a quem deviam. Agora vais ter que trabalhar mais um tanto para liquidar a dívida. "
(Infelizmente a comunicação social também tem contribuido e muito para o estado Hipnótico e Apático que temos vivido. O tempo passa...passa.... passa..... É hora de Acordar.)
Psicólogos lançam campanha contra os tapas em crianças e afirmam que esse modo de impor limites não ajuda a educar
A criança esperneia, chora, se joga no chão. Abre o maior berreiro no corredor do supermercado. A mãe tenta conversar, argumentar. Nada. Dá uma bronca. A cena piora. Vencida, dá uma palmada no bumbum e, como mágica, a manha cessa. Ao redor, olhares aliviados pelo fim do barulho aprovam a atitude da mãe. Afinal, seu papel é educar os filhos e exigir disciplina. A famosa palmadinha é socialmente aceita, apesar de muitos psicólogos e educadores trabalharem para mudar essa mentalidade. Prova disso é a campanha intitulada “A palmada deseduca”, lançada recentemente por especialistas do Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). “Queremos mostrar para a comunidade que há outra maneira de educar, sem violência”, explica a coordenadora da campanha, Cacilda Paranhos.
Os psicólogos se miram em exemplos de países que proíbem legalmente a palmada e acreditam que um dia medidas semelhantes possam ser adotadas no Brasil. “A palmada causa dor e traz sequelas como dificuldade de se relacionar e baixa auto-estima. E não educa. O que educa é amor, carinho e respeito”, ensina Cacilda, mãe de uma menina de 15 anos que nunca levou uma palmada.
Entre os alertas feitos pelos psicólogos, está o caráter progressivo da palmada. “Você dá um tapinha num dia, no outro um mais forte e, de repente, está dando uma surra”, acredita a psicóloga. Esse tema foi amplamente discutido na semana passada durante o seminário Violência e Criança, uma realização conjunta da USP e da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, onde a palmada foi proibida em 1996. Especialistas de diversas áreas relacionadas à saúde fizeram questão de frisar a estreita relação entre castigo físico e outras formas de violência doméstica. Ao bater numa criança, os pais mostram a ela que o uso da força física é uma maneira legítima de se conseguir rapidamente o que se deseja. Assim, desperta um sentimento de agressividade inerente ao ser humano. “Se a criança leva um tapa num dia, ela pode dar no outro. Isso dá margem a atos violentos”, acredita a psicóloga paulista Ângela Minatti.
Em crianças com menos de dez anos, o resultado da palmada pode ser ainda pior. Ela corre o risco de se tornar apática, tímida, com medo de se colocar. Simone Gonçalves Assis, professora da Escola Nacional de Saúde Pública do Rio de Janeiro, afirma que os pequenos têm maior propensão a desenvolver traumas, o que pode comprometer seu futuro. “Até os dez anos, a criança tende a interiorizar um sentimento de frustração intenso. A partir dessa idade, os jovens submetidos a palmadas podem assumir um comportamento agressivo contra os próprios pais e contra a sociedade”, diz. Em vez de praticar a violência, portanto, os adultos devem dar o exemplo. Mostrar que o diálogo ainda é o melhor método para se chegar a um acordo. “Imagine se os irmãos estão brigando e o pai dá um tapa em cada um para ensiná-los que bater é errado. Nada mais incoerente”, diz Cacilda Paranhos.
Fica uma interrogação, no entanto, se a famosa “palmadinha de amor” – ou um simples tapinha no bumbum – é tão nociva quanto surras constantes. “Palmada sempre é agressão. E criança não é saco de pancada”, diz Maria Amélia Azevedo, coordenadora do Lacri. Um estudo realizado por especialistas do laboratório mostrou que os filhos não consideram um tapa prova de preocupação e amor. “Quando perguntamos a uma criança o que ela sente após uma palmada, as respostas mais frequentes são raiva, dor e tristeza”, conta Maria Amélia. “Tapa de amor é uma invenção dos adultos. ‘Isso é para o seu bem’ é a desculpa mais esfarrapada que os pais já inventaram”, afirma, taxativa. Conversa – Em meio a tantas opiniões e, ao mesmo tempo, massacrados pela crítica de que não sabem colocar limites, os pais ficam perdidos entre a maneira mais indicada (ou menos errada?) de educar. Vários especialistas concordam que uma forma é conversar, ouvir a criança e expor de maneira clara o que é certo e o que é errado. No meio de um acesso de raiva – momento em que a criança se desliga do mundo e entrega-se ao drama –, é importante fazê-la pensar e ouvir seus argumentos. Para crianças bem pequenas, o melhor é desviar o foco de atenção, dando-lhes um brinquedinho ou mudando-as de ambiente. Não adianta tentar explicar muita coisa, já que elas provavelmente não vão entender nada. Mas tapa, nem pensar.
Chiliques de crianças maiores também não precisam ser resolvidos com violência. Um jeito bastante eficiente, ensina a educadora Tânia Zagury, é não ficar assistindo ao ataque. “Em primeiro lugar, deve-se colocar a criança em segurança. Ou seja, tirá-la de perto de qualquer perigo como cadeiras ou paredes, porque muitas vezes elas chutam objetos e se machucam”, diz Tânia. “Depois, o melhor é tentar manter a calma e dizer ao seu filho que você não irá assistir àquela cena. Quando ele se acalmar vocês irão conversar. Sem platéia, não há espetáculo. Em pouco tempo, a cena termina”, conclui. Depois de tudo apaziguado, se a criança tocar no assunto, é importante conversar. Senão, não é preciso necessariamente voltar ao tema da crise. Tânia faz parte de um grupo de educadores que se empenham em estudos e obras na tentativa de ajudar os pais na difícil tarefa de educar. Ela acaba de lançar um livro intitulado Limites sem trauma (Ed. Record), no qual apresenta de maneira didática as melhores formas de se definir limites. Mãe de dois adolescentes, ela nunca lançou mão da palmada. E, garante, não se arrependeu. “Os pais têm a ilusão do resultado imediato, mas não conseguem resultado educacional.”
Castigos – Muitos pais, entretanto, preferem aplicar castigos no lugar da palmada. Conforme a cartilha do Lacri, este tipo de punição pode ser utilizado quando a criança tiver pelo menos três anos, idade em que já associa o castigo ao motivo. “O importante é tirar da criança algo de que ela goste”, sugere Cacilda Paranhos. Sempre que possível, deve-se manter relações lógicas entre a natureza da malcriação e a penalidade conferida. “Não adianta instituir que o castigo será sempre tirar a sobremesa. Cada coisa errada que a criança faz deve ser tratada de forma diferente”, ensina Cacilda. Se o problema for boletins cheios de notas vermelhas, por exemplo, o videogame pode ser abolido. Afinal, o tempo gasto com o jogo deveria ser substituído por estudo.
O jornalista mineiro Luís Lobo concorda que o castigo faz parte da educação. Mas é bastante cauteloso quando fala na maneira de aplicá-lo. “Os pequenos de até cinco anos devem ser punidos no momento da falta. E não é aconselhável transferir o castigo. Dizer, por exemplo, ‘você vai ver quando seu pai chegar’ provoca medo e não respeito”, afirma Lobo. Ele defende que o castigo nunca deve estar ligado a ações cotidianas. Por exemplo: mandar a criança parar de fazer bagunça e, se ela se recusar, pôr na cama como castigo. “Ela vai ligar o ato de dormir a algo ruim”, explica. Radicado no Rio de Janeiro, pai, avô e autor de vários livros sobre educação infantil, Lobo afirma que nunca deu uma palmada em seus filhos. “Acho covardia. Mas beliscão é pior ainda. Humilha”, opina. Cabe aos pais, portanto, manter a calma e refletir sobre a posição dos especialistas. Os futuros adultos agradecem. Fonte: Isto É Online
Depois da apregoada boa-nova sobre o luso-computador "Magalhães", um novo projecto está na manga do nosso Primeiro Ministro com vista à criação de mais de dois mil postos de trabalho na área da indústria de calçado, socorrendo-se do "know-how" de artesãos especiais cuja actividade se julgava em vias de extinção nas cidades do país.
Consta que capitais estrangeiros estão muito interessados neste projecto que é considerado um dos mais inovadores, arrojados e originais da União Europeia na área do calçado para bípedes.
Para garantia da sustentabilidade da iniciativa e por sugestão de gente bem colocada na área económica e financeira do país, os nossos Governos vão oferecer, de quatro em quatro anos, um par de botas do modelo acima a cada eleitor português caso se mantenha o sentido de voto verificado desde o 25 de Abril. Salvo a alguns daqueles que, pela sua natureza rebelde, prefiram continuar a usar alpercatas.
Por meu lado, ainda vou meditar sobre por qual dos dois modelos (botas ou alpercatas) vou optar no futuro.
O que eu quero, mesmo, é que a mim ninguém me apanhe descalço...