«A informação é uma guerra, uma guerra entre modelos sociais. Entre os defensores de um mundo desigual, injusto, governado por depravados e autênticos terroristas que impõem a sangue e fogo um modelo económico que condena à morte milhares de pessoas em todo o mundo, e aqueles que decidem estar ao serviço dos grupos, movimentos, intelectuais e outros lutadores, que todos os dias arriscam a vida a defender outro modelo de mundo possível.»
Pascual Serrano - José Daniel Fierro

REFORMAS E BAIXAS MÉDICAS EM PORTUGAL - escândalos!

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COMER E CALAR! - até quando?


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quinta-feira, novembro 16, 2006

o aborto, o coito e a punheta



Obra de Dali:Joven virgen autosodomizada por su propia castidad

Só agora, por via da discussão sobre a despenalização do aborto, fui sensibilizada para o motivo pelo qual a igreja católica defende um castigo divino, para quem dá uma "queca" sem outro objectivo que não seja o prazer do orgasmo.

O coito só não tem essa gravidade se realizado com a exclusiva intenção de procriar. Seja dito em nome da verdade.

E o vício solitário?

É pecado muito grave, sem apelo nem agravo. Não foram ainda abertas excepções.

Isto é, não se pode "tocar ao bicho" mesmo que a "ranhoca" seja colhida para a inseminação ou fecundação artificiais.

No entanto, sem prazer no coito nem na masturbação, não haveria religioso ou religiosa, puritana ou puritano, que se salvasse. Isto é, não teriam sido concebidos...
Seríamos todos ateus, graças a Deus.

(Desculpem ter que vos deixar por uns instantes. Estão a bater à porta...
Era uma velha amiga que já não via há muito e que anda de porta a porta defendendo, com muita convicção, o NÃO no referendo. Afinal a campanha já começou e eu não sabia.)

Como estava dizendo, não há coito nem masturbação sem prazer e, sem eles, não haveria pessoas virtuosas. Considerando que esses actos (praticados com ou sem o fim de procriar) podem ser tidos como o primeiro elo dos vários que hão-de levar à constituição de um fecto e seu posterior desenvolvimento, pergunto:

Porque é que os defensores do NÃO À DESPENALIZAÇÃO, não dão mais visibilidade a esta evidência?

Abaixo, pois, o coito e a masturbação!

A senhora que me bateu à porta contou-me uma estória comovente.

Um certo jovem, que tinha por hábito masturbar-se dominicalmente, resolveu parar tal prática a partir do dia em que a sua ejaculação se foi projectar com extrema violência nos azulejos do seu quarto de banho. Talvez por ter sido alertado dias antes pela minha amiga sobre as remotas causas do aborto, ao ver tal efeito, desabafou, aterrorizado: "Lá se vai desta vez um aviador... coitadito. Que Deus me perdõe!"

E foi por ter ouvido, durante a feitura deste texto, esta estória, que virei o sentido do meu voto, como já certamente se aperceberam.

Alvitro para que nos organizemos no sentido de irmos para a rua exigir uma lei que obrigue toda a gente a ser casta, terminando com os abortos, cá, em Espanha ou na Inglaterra...

Chegaremos assim ao fim do mundo, mas todos seremos salvos.

E assim acabamos também, a curto prazo, com a oposição e ainda lhes evitamos a dupla punição:

A que lhes há-de ser aplicada no Céu e a outra que, pós-referendo, lhes continuará a ser aplicada na Terra, caso a nossa luta não resulte até lá.
Isto é, um lugar no Inferno ... e outro, numa qualquer Prisão deste País.

Esta última, já se vê, apenas para as mulheres...
'Zdefa Fava

10 Comments:

At quinta-feira, novembro 16, 2006 4:16:00 da tarde, Blogger mfc said...

Sou eclético... adopto os dois modos conforme a situação e a disposição do dia!

 
At sábado, novembro 18, 2006 12:47:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Já estamos perto do animal primitivo (que fomos).Avançamos alguns passos,não o suficiente para acabar com a bestialidade.
O sexo tem muito que se apresente,o melhor é o que é feito sem se valorizar o animal,(com entrega com AMOR)respeitando o sentimento do outro.
Caso contrário aparem os fustrados
(machões)embora se julguém capazes.
Agora o que mais hà são os maricas,e os que já nem conseguem
vir-se nem ir-se.
Leiam !!Julio Machado Vaz,aprendam
a sexualidade com consciencia de gente civilizada.

 
At sábado, novembro 18, 2006 1:50:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Porque é que o odioso recai apenas sobre a grávida arrependida?
Sempre sobre as mulheres entre as quais se encontram muitas desprotegidas socialmente, para não dizer culturalmente?
Aonde está o homem nesta questão do aborto?
E a igreja, porque não incentiva todo o mundo a usar contraceptivos em vez de manter discurso da idade média?...

 
At domingo, novembro 19, 2006 12:13:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Falta Amor aqui.

 
At domingo, novembro 19, 2006 1:24:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

De facto a gravidez diz respeito ao homem e à mulher, quer na defeza como no contra ,tudo
parece feito como só a mulher fosse a interessada onde está o pai!Poquê?,não será ela própria responsável de tal facto(será emancipaçaõ?ou marginalização do pai.(ou será que é o homem da Queca)Acusava-se o homem que utilizavão as mulheres fora do casamento,claro que era doloroso para a sua companheira. mas como agora é igual já não há dor!SERÁ??
As Igrejas (correntes religiosas Budismo Islamismo Hinduismo etc..etc..) são contra,assim como várias de penssadores da nova era .Só quem não conhece os principios e seus ensinamentos,sua
filosofia e doutrina enerentes às se escandalizam,como não são crentes!!! naõ se devem preocupar
(são iguais aquelas pessoas que se dizem socialistas mas não sabem como deve ser a sociedade deve ser estruturada económicamente para que realmente para lá caminhemos)
Se ficamos contentes quando desejamos ter filhos com a semente que lá fica!Aqueles que não desejam devem se informar para que tal não suceda!
O respeito pelo outro deve ser igual quando presente ou não.
VIVA O AMOR VIVA A VIDA
Tudo isto só diz respeito à sociedade civil.Não ás igrejas.

 
At segunda-feira, novembro 20, 2006 12:06:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Infelizmente há muito boa gente que pensa, manipulada por vídeos e fotos (de origem desconhecida) e homilias (mais ou menos apocalípticas), que a despenalização da IVG (interrupção voluntária da gravidez) nada mais é que um incentivo à morte de um ser em formação.
Não se trata efectivamente disso. Trata-se apenas de não mandar prender (DESPENALIZAR=sem pena judicial) ninguém que a pratique, tal qual se faz noutros países da Europa e do resto do Mundo. A haver castigo já basta o que a mulher (e o homem) sofrem, interiormente, pelo resultado da sua opção.

 
At terça-feira, novembro 21, 2006 12:10:00 da manhã, Blogger CORCUNDA said...

Boa tese!

 
At terça-feira, novembro 21, 2006 12:33:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Para alguns filosofos(exemplo,Platão e Pitágoras)a vida actual é consequente de uma vida anterior.Todas as almas existiram antes de pertencer a este mundo,cada uma delas é impelida por uma força irresisfível a escolher espontaneamente um corpo de que seja digna,atendendo ao que fez nas suas vidas passadas.
ALMAS DIVERSAS
Há as almas penssante,sensitiva,vegetativa.
A superior é constituida pelo conhecimento do ser,pelo conheci-
mento,da própria alma inferior.
A alma superior domina o conhecimemto,enquanto a inferior se liga aos sentimentos e aos dsejos.
Espero que a Fátinha não leve a mal.
Não conhecia este blog!Grata R.F.

 
At terça-feira, novembro 21, 2006 1:40:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At terça-feira, novembro 21, 2006 2:01:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Raquel:
É verdade o que diz sobre as teses dos ancestrais filósofos citados,sobre a existência da alma, como também é verdade o que disseram outros filósofos (materialistas) - ancestrais e modernos - ao negarem a existência da mesma.

Assim, aqui parece não ser relevante chamarmos à colação a existência da alma. Porque nem todos acreditam nela.Tal como os filósofos desde sempre.

Obviamente que muita gente diz, e eu repito, que a IVG deve ser evitada a todo o custo.

O que não defendo é a existência duma lei que envie para a prisão quem a praticou.

Cada ser humano tem direito ao livre arbítreo, sofrendo ou não pelos seus actos errados, as correspondentes punições (divinas e/ou terrenas).

Mesmo assim, quem somos nós (católicos) para podermos garantir a gravidade de cada acto errado?

E muito menos para pensarmos que sabemos quem tem alma superior e quem tem alma inferior.

Você acredita que os mais virtuosos não cometem actos errados dignos de condenações, em momentos de fraqueza?
Então?!...

É aí que parece residir a nossa divergência.

Penso que devemos ser indulgentes para com o nosso semelhante que desrespeitou, pontualmente
- sábe-se lá porquê - as normas das igrejas ou da sociedade onde está inserido. Ou não?

Sobretudo quando sabemos que em relação ao caso em apreço a maioria dos "crimes" actuais são cometidos pondo em risco a vida da própria autora, quando não tem dinheiro para ir a Espanha.
Cumprimento-a com simpatia

 

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