«A informação é uma guerra, uma guerra entre modelos sociais. Entre os defensores de um mundo desigual, injusto, governado por depravados e autênticos terroristas que impõem a sangue e fogo um modelo económico que condena à morte milhares de pessoas em todo o mundo, e aqueles que decidem estar ao serviço dos grupos, movimentos, intelectuais e outros lutadores, que todos os dias arriscam a vida a defender outro modelo de mundo possível.»
Pascual Serrano - José Daniel Fierro

REFORMAS E BAIXAS MÉDICAS EM PORTUGAL - escândalos!

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COMER E CALAR! - até quando?


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domingo, fevereiro 26, 2006

CURIOSIDADES VI

REDACÇÃO - 3

(Redacção de um aluno que fez o exâme da antiga 4ª. classe no Concelho de Pombal, em 1962.
in "Diário de Lisboa de 1962)

A PÁTRIA

A Pátria é a nossa terra onde se criam os nossos pais, os gaios e os nossos irmãos, a Pátria é linda e querida dos portugueses e dos nossos antepassados e dos nossos irmãos e dos nossos tios e avós. A Pátria é uma terra enorme, e tem muitas igrejas e capelas e tabernas, e lá vive muita gente como na Serra da Estrêla. Eu nunca fui à Pátria.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

LIBERDADE, LIBERDADE,












QUEM A TEM CHAMA-LHE SUA!







Clique acima, no A (vermelho) e verá Liberdade mais antiga!

terça-feira, fevereiro 21, 2006

onde é que estavas no 25 de abril?

"Monólogos secretos"*

BATISTA BASTOS: Estava eu um dia na Brasileira do Chiado e entäo o saudoso Castro Castanheira, que foi quanto a mim, e há que dizer isto com frontalidade, o maior lenhador da língua portuguesa; lá vinha ele, com o seu castor debaixo do braço, o Castanheira naquela sua maneira de ser, marialva a fazer lembrar... o Geraldo Nunes, mais velho mas meu amigo, bom e quanto a isso, há que dizer com frontalidade, um dos símbolos emblemáticos de Lisboa, e um dos seus fundadores, e retorquiu assim: "O retarquismo sublima o Homem e fá-lo atingir o auge na sua proporçäo". Serve isto, para apresentar o meu convidado de hoje, que fez tudo na vida e ao mesmo tempo, näo fez nada. Já perceberam que vou conversar com Orlando Barata. Ó Orlando, tu foste um grande combatente anti-fascista, e isso é ponto assente, mas foste também um bocado fascista, ou näo?

ORLANDO BARATA: Bem eu de facto... o que se passou é que...

BATISTA BASTOS: Desculpa lá, antes de me responderes, eu gostava de te contar aqui uma história curiosa que se passou na redacçäo do Piolho, esse pasquim anti-fascista, de onde saíram grandes jornalistas como o Sousa da Mota Lara, grande amigo meu, o Romäo Branco, mais velho, bom e o genial César Serafim, era genial, há que dizer isto com frontalidade. Certo dia, entrou o Castro Castanheira com o seu castor debaixo do braço e dá de caras com um estagiário que lhe atira: "Estás bom ó Castro?". Eu achei que era importante contar isto. Mas, Orlando, estamos aqui para falar de ti, olha diz-me uma coisa, onde é que estavas no 25 de Abril?

ORLANDO BARATA: Por acaso é curioso referires isso...

BATISTA BASTOS: Tu és um homem de esquerda… és um homem de esquerda, e há que dizer isto com frontalidade, apesar se seres também um pouco fascista; estavas ligado à direita, namoravas Salazar e eras o que a gente chamava na altura um pulha pidesco... Tu foste da PIDE ou näo?

ORLANDO BARATA: Näo, eu...

BATISTA BASTOS: Onde é que estavas no 11 de Março?

ORLANDO BARATA: Bom, no 11 de Março, tem graça, eu...

BATISTA BASTOS: Nessa altura já eras bissexual?

ORLANDO BARATA: Perdäo ó Bastista Bastos...

BATISTA BASTOS: Digo bissexual na medida em que estavas envolvido com a direita e com a esquerda. Eras o que a gente chama uma prostituta política. Eras, de resto, conhecido como a maior puta da política nacional, há que dizer isto com frontalidade, não é?

ORLANDO BARATA: Desculpa lá ó Bastos, mas eu näo estou a gostar, enfim...

BATISTA BASTOS: Olha lá, ó minha porca... onde é que estavas no dia 36 de Setembro, da parte da manhä?

ORLANDO BARATA: Bom, no dia 36 de Setembro, da parte da manhä...ó minha porca?!

BATISTA BASTOS: Porca no sentido de porca fascista, do capital, da ausência de valores. Tu sempre te apresentaste nesse sentido, aliás tu como homem de esquerda assumes essa tua faceta de molúsculo paneleiróide, salazarista pestilento, que ao fim ao cabo eu acho que és uma besta, não é? Há que dizer isto com frontalidade, és uma besta e digo-te isto com o respeito que me mereces.

ORLANDO BARATA: Desculpa lá ó Bastos, mas eu näo posso permitir que tu continues a aviltar a minha pessoa dessa maneira, olha que caralho! Mas enfim... eu vou-me mas é embora, porque isto é sempre a mesma coisa contigo, chiça!... foda-se!... caralho!... Para que é que me convidaste para aqui?!

BATISTA BASTOS: Ó Orlando, vai-te foder, pá!... vai levar dentro da peida!... vai fazer broches a cavalos, cabräo!... Bom, estavamos aqui a noite toda na conversa, há que dizer isto com frontalidade, mas temos que terminar. P'rá semana, aqui estarei para mais um Monólogos Secretos. Bom, mas antes, queria contar-vos uma história que se passou comigo em Paris, em 71, estava eu com o Salgado Matias, outro grande paneleiro, chefe da redacçäo do Furúnculo e mais tarde director da Galocha. Esse anti-fascista, às tantas, entra o Castro Castanheira com o castor debaixo do braço...hum?!... ah! já näo tenho tempo para contar... bem mas esta história de näo ter tempo faz-me lembrar outra história que é a história... hä?!... olha, isto de vocês me estarem a levar faz-me lembrar ainda outra história, que era que eu estava justamente em Peniche...

domingo, fevereiro 19, 2006

TELEGRAMAS















hospital universidade de coimbra, 19.02.2006

AVÓ stop
CHEGUEI BEM stop
ENTREI HOJE 8H30 UNIVERSIDADE COIMBRA stop
ADORO-VOS stop

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marinha grande, 19.02.2006

DIOGO stop
HOJE ÉS MEU NATAL stop
REFRIGÉRIO EM MINHA VIDA stop

(E AINDA MAIS: MEUS NASCIMENTOS)
AMO-TE stop PARABENS A TEUS PAIS stop

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

O MUNDO LIVRE




Dos Jornais:

"Peritos das Nações Unidas em direitos humanos recomendam o encerramento da prisão de Guantanamo em Cuba. Um relatório da ONU divulgado ontem (13.02.2006) pelo jornal "Los Angeles Times" diz que os Estados Unidos violam os direitos dos prisioneiros. Alimentação forçada e uso excessivo de violência (?!) são alguns dos abusos apontados."

Enfim... os maus exemplos continuam a ser bem copiados pelos democráticos Estados Unidos.Para retardarem a própria queda!

Na URSS "lixavam" os militares e intelectuais soviéticos dissidentes, fossem ou não terroristas.

Agora, no "Mundo Livre", "o que vier à rede é ...terrorista". A esmo. E "fodem-nos": sem qualquer tipo de julgamento. Tenham eles que nacionalidade tiverem.
ATÉ QUANDO?

E a falecida União Soviética, lá no túmulo, a fartar-se de rir!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

BOCA JUNIORES y los PASEAPERROS










BOCA JÚNIORES

O MARKTING E O FUTEBOL

1. -O prestigiado clube argentino Boca Júniores dá cartas ao criar um novo conceito de Marketing - causando certamente inveja ao "nosso" Luís Filipe Vieira, se não veja-se:

Com o propósito de fidelizar os sócios e angariar novos fanáticos, a direcção daquela instituição mundialmente conhecida, passa a dispor de um cemitério privado, devidamente decorado com as cores do Clube, para arrecadar os "restos" dos seus tifosi.

A ideia, resultante do proverbial pragmatismo Sul-americano em relação a estas coisas do futebol, é baseada nos acontecimentos que ocorrem sempre que o árbitro mete o pé na...poça. Isto é, sempre que marca penalti contra a equipa caseira.
Logo após cada derrota, os ânimos exaltam-se, e zás!.
Assim, as claques não têm que se preocupar. Se não escaparem, vão de um campo para outro campo, directamente...
Mas a coisa não fica por aqui!
A visão é ainda mais larga:O Clube adquiriu também uma frota de centenas de táxis que serão decorados com as cores do Clube. Envergando - o taxista - equipamento do Glorioso.
Mesmo assim, a notícia deve ter-nos chegado truncada. Porque nos devia falar da aquisição de outra frota: a dos carros funerários...

Zé Lérias

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PASEAPERROS
MI BUENOS AIRES QUERIDO

2. -"...Me parece muy curioso y de solución extremadamente compleja el de los PASEAPERROS. Con la crisis, este servicio se volvió relativamente muy barato y extendido, de modo que un vasto sector de clase media puede, sin mayores molestias, darse el lujo de tener perro, aunque viva en un depto de 2 ambientes. La densidad de perros en la ciudad aumentó de manera muy notable, y también los problemas. (...). Las manadas de perros atados a sogas
largas se extienden a lo largo de los paseos. (...) ".

http://clubdearquitectura.blogspot.com/2005_07_01
_clubdearquitectura_archive.html


COMENTÁRIO: Bem mal devem cheirar os "zapatos", dos transeuntes, nas cidades argentinas!...

Ainda eu me queixava, na minha cidade, da merda dos "perros" portugueses!...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

HOMENAGEM



"TENHO UM DOUTORAMENTO EM RAIVA E UMA LICENCIATURA EM LIBERDADE"

AGOSTINHO DA SILVA


-Agostinho da Silva nasceu no Porto em 13.02.1906 e cresceu em Barca d'Alva. Controverso e enigmático, segundo alguns críticos, havia de transportar pela vida fora, pesada mas assumida cruz, até alcançar o reconhecimento e a liberdade porque porfiava.Na faculdade de Letras do Porto conclui a licenciatura em Filologia Clássica com 20 valores e o doutoramento com o «maior louvor».

"RESPIGADOS"


AQUI VÂO DOIS "RESPIGADOS"
Para que EU não volte a cair em tentação.

"RESPIGADO" I

"Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?


(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi."

Alexandre O'Neill, in 'Uma Coisa em Forma de Assim'

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"RESPIGADO" II

"É IMPOSSÍVEL A UM HOMEM APRENDER O QUE PENSA QUE JÁ SABE"

Epicteto, filósofo (nascido a 55 dC e falecido no ano 135 d/C)

sábado, fevereiro 11, 2006

CARTA ABERTA ao n/ JPP


Marinha Grande 12 de Fevereiro de 2006

Exmo. Senhor
João Paulo Pedrosa
Marinha Grande

Exmo. Senhor:

Antes do mais, as minhas cinceras desculpas pelo tempo precioso que certamente lhe irei tomar.

Assim, permito-me vir à presença de V.Exª. para lhe dar conta dos sentimentos contraditórios, que me invadiram, aquando da leitura das "postagens" que a seguir identifico:

Em 2 de Novembro do ano passado, li, extasiado, o que "postou" no Blog Marinha Grande Que Futuro integrado no texto inicial "os Pelouros";

Já em 11 de Fevereiro (ontém), li, desiludido, o "seu" texto intitulado Comunicado-Convite aparecido no seu Blog Praça Stephens.

O primeiro revela um forte carácter. O carácter traquina de quem não gostou que lhe tivessem roubado o brinquedo. Foi "olho por olho dente por dente". Não foi assumidamente a favor de uma liberdade de expressão qualquer.
Como diria o meu velho amigo abade Araújo, quando foi vítima de insinuações torpes: - "democracia sim, mas devagar!"
Achei bem.

O segundo, que "subscreveu", já é uma "calamidade"... mesmo que revestido de palavras alheias.
Neste, assume-se, sem tibiezas, indubitavelmente pluralista e democrata, como se tivesse necessidade de o provar. Assumidamente defensor da total liberdade de expressão.
Como diria o conhecido Carrajolas quando, no seu tempo, via um qualquer abaixo assinado: "estes gajos pertencem à escumalha comuna, não tarda que vão dentro!"
Achei mal.

Estarei a raciocinar bem?
Esta interrogação leva-me, óbviamente, a dar-lhe o benefício da dúvida, na esperança de o continuar a admirar.

Peço-lhe, pois, encarecidamente - se para tanto me achar merecedor - que me esclareça se há ou não contradição entre as suas duas tomadas de posição, para bem da minha saúde mental, que, como sabe, é muito precária...

Ciente de que não deixará de encontrar - como sempre - uma resposta adequada com vista a não perdermos muitos votos em eventuais eleições, subscrevo-me com toda a admiração e respeito,

Zé Lérias

Anexos: Dois
(Sugiro-lhe, para facilitar, que leia o anexo 2º. em primeiro lugar).

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ANEXO 2º.
:

Do Blog "Praça Stephens" Título: Comunicado Convite ( ver todo o texto em: http://blog.luispedro.org/ ), de Quinta-feira, Fevereiro 09, 2006

"Na próxima 5ª feira, 9 de Fevereiro, pelas 15 horas, um grupo de cidadãos portugueses irá manifestar a sua solidariedade para com os cidadãos dinamarqueses (cartoonistas e não-cartoonistas), na Embaixada da Dinamarca, na Rua Castilho nº 14, em Lisboa.
Convidamos desde já todos os concidadãos a participarem neste acto cívico em nome de uma pedra basilar da nossa existência: a liberdade de expressão. (...)

"(...) Não discutimos o direito de alguém a sentir-se ofendido. Mas consideramos inaceitável que um suposto ofendido se permita ameaçar, agredir e atentar contra a integridade física e o bom nome de quem apenas o ofendeu com palavras e desenhos num meio de comunicação livre.
Não esqueçamos que a sátira - os romanos diziam mesmo "Satura quidem tota nostra est" - é um género particularmente querido a mais de dois milénios de cultura europeia, e que todas as ditaduras começam sempre por censurar os livros "de gosto duvidoso", "má moral", "blasfemos", "ofensivos à moral e aos bons costumes".
Apelamos ainda ao governo da república portuguesa para que se solidarize com um país europeu que partilha connosco um projecto de união que, a par do progresso económico, pretende assegurar aos seus membros, Estados e Cidadãos, a liberdade de expressão e os valores democráticos a que sentimos ter direito.
Pela liberdade de expressão, nos subscrevemos Rui Zink (916919331)Manuel João Ramos (919258585)Luísa Jacobetty..."

João Paulo Pedrosa
publicado por Praça Stephens @ 01:09 "

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ANEXO 1º.:

Do Blog "Marinha Grande que Futuro":
Título: Os pelouros, de
Quarta-feira, Novembro 02, 2005

PS/Marinha Grande said...
A escumalha comuna tinha que vir cá colocar o seu veneno. O blog deste cavalheiro de cima passa o tempo todo a insultar-me de forma rasteira, mas não me ofende qualquer animal rastejante. Este fulano, que não me conhece de lado nenhum, fica a saber que não tirei nenhum curso nos países de leste à custo dos desgraçados que lá morriam à fome. Estudei em Portugal e fui sempre bolseiro da UTL; alcancei um emprego por concurso público e, depois de sair da câmara, recebi cerca de uma dezena de propostas para gerir serviços desde a CCRcentro, a direcções regionais, seviços desconcentrados, etc, e, talvez aquele que mais lhe dói saber, como todos os invejosos, é que fui convidado para uma distinta função no governo. Mas acontece que, ao contrário dos membros do seu partido que só conseguem arranjar emprego em câmaras quando voces lá estão e depois blindam-nas como se fossem sedes do KGB (e olhe que não são tão poucos como isso), eu não preciso da câmara para viver, apenas me disponibilizei para trabalhar e ajudar o meu concelho e é para me manter fiel a esse compromisso que não aceitei ir para o governo em Lisboa. Mas isso para a clique de oportunistas que vagueiam pelo seu partido e que só comem à ma(M)jedoura das câmaras pcp, isto deve ser muito difícil de compreender.

Já agora, faço-lhe um desafio que v. deve ter coragem de aceitar. Seja para que lugar eu for da administração, a partir de janeiro abrem os concursos publicos de acesso, gostaria muito de me bater consigo, com a sua capacidade e com o seu curriculo

PS - o post anterior tinhas algumas gralhas e para facilitar não fiz a identificação com registo do meu blogue que vai agora, obviamente que o comentário antes do carlitos não é meu e para evitar mais confusões
6:22 PM

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

MUSICA














Para quem ainda não conhece:

JOSÉ GONZALEZ
"Veneer"- Album de Setembro de 2005

Cantautor de orígem argentina, nasceu hà 26 anos em Guthemburg - Suécia.
Alguma vez ouviu João Gilberto? - Bem... deixe lá. Estava a gozar!
E Sigur Rose ou Stujan Stevens?

http://www.myspace.com/josegonzalezmusic

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

OS CIGANOS

"Escrever é acto meritório: de aplaudir, mesmo que o produto deixe muito a desejar - quem se intromete pelos caminhos da escrita, pelo menos vai descobrindo as dificuldades e auto-educando-se pelas leituras; cresce como pessoa e cresce como público - entendendo que fazer a mão é ofício espinhoso, melhor compreenderá o sofrimento do escritor".

Não sei quem escreveu este elogio aos escritores. De qualquer modo sinto que, se escrevendo mal como escrevo, custa tanto, quanto não custará escrever como um escritor!

Aqui vai pespegada mais uma estória, com a advertência de que irá sendo modificada ao longo do tempo, intentando ver-me crescer, pelo menos, como pessoa.

OS CIGANOS

Ouvi dizer, há dias, que se encontravam acampados na cidade, há muitos meses, um jovem casal de ciganos e seus dois filhotes. Não disseram onde.
Que eram pessoas muito limpas, educadas e trabalhadoras, como se os ciganos tivessem que ser sujos, malcriados e malandros.
E que, por causa do Inverno rigoroso, tinham muita pena das crianças.
Que ele fazia - sempre ajudado pela criança, que não teria mais de 5 anos - cêstos sem cessar e que a companheira os tentava vender, de bébé ao colo, ao pé dos supermercados.

Essa conversa de café levou-me a alterar o meu "circuito de manutenção" habitual, mais por curiosidade que por outra coisa: Fiz passagem pelos "supermercados" da cidade.

Junto à porta de saída de um deles, olhei e vi a cigana - com o seu ar natural de dignidade, que a raça lhe empresta.
A quem passava junto de si, carregada de alimentos e outros artigos, dizia:
"Sinhor, sinhora, compre-me um cêsto p'ra dar leite ao meu bébé!"

As pessoas, apressadas, passavam ao lado do recém-nascido e da mãe...olhando para o lado.

Ninguém lhe comprara nada nesse dia, disse-me ela. Apenas tinha amealhado alguns "tostões" de pessoas que não lhe quizeram virar a cara.

Perguntei, no contexto da conversa, onde moravam. Que moravam numa velha carrinha , no Parque das Finanças, disse.

Relutante, mas ultrapassando o pudor - tanta era a minha curiosidade - atrevi-me a perguntar-lhe, ainda, onde tomavam banho e faziam as necessidades. Que tinham autorização do dono da bomba para utilizarem o quarto de banho - com chuveiro - desde que o deixassem limpo!

No meu passeio da tarde, deste Domingo, fui vizitá-los.
"Trago aqui umas roupas usadas para os senhores. Querem?"
O homem olhou para mim, algo distraído, enquanto pegava num vime que a filha lhe passava, depois da última laçada no cêsto.
A esposa, agarrada a uma vassoura, limpando o chão ao redor da carrinha, falou assim, para o seu homem:
"Este é o sinhor que onte te contei".
Pouco à-vontade, atirei: "E o bébé?"- Que estava dormindo, disse ele.

Quando, de volta, acartava o cêsto que comprei, fiquei assustado ao sentir-me puxado pelas calças.

Era a ciganita, que - de óculos de criança, escuros, na testa - com seu ar reguila, me impôs:

"Senhor, dê-me uma moeda, que é pr'ó leite do meu bébé."

Marinha Grande, 07.02.2006

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PS:, digo, PC e PS:

Para quando - ao menos - a disponibilização de balneários públicos, na cidade, para fazer face à higiéne das pessoas menos favorecidas?

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

os drogados - os leprosos

("...Mas é evidente que um elemento toxicodependente numa família é gerador de grandes angústias, enornes problemas." - afirma João Goulão, médico que preside ao Instituto da Droga e Toxicodependência. In: Notícias Magazine de 29 de Janeiro de 2006)
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Amigos:

Eu sou habitante de um pequeno país imaginário onde existe um povo diferente e especial. Nem pior nem melhor, na generalidade, que o de um país real, mas mesmo assim diferente e especial.

Gosto muito do meu país, como hão-de compreender, e para que outros o conheçam vou dar notícias dele, ao acaso, sempre que julgue interessante o que tenho para vos dizer.

Temos expressões escritas e faladas equivalentes ás dos portugueses mas com significados diferentes, e também formas de encarar os grandes problemas da vida com maior pragmatismo que vós.

Escolhi, para início da minha correspondência, contar-vos uma experiência que ensaiámos com êxito há alguns anos e que sei poder vir um dia a interessar-vos, a vocês, habitantes do mundo real.

Era eu ainda criança quando, antes da sua inauguração, visitei com outros alunos, o Hospital-Colónia Rovysgo Vais, situado na Kocha, a poucos quilómetros da Macieyra da Voz. (não conheceis, decerto, o nome nem as localidades por serem imaginadas, mas são-me necessários para tentar criar-vos uma ideia da nossa "realidade").

Pela sua extensão, organização e disposição arquitetónica foi considerado, à época e ainda hoje,
a maior e mais bem apetrechada instituição da Worlddollândia para recuperação de leprosos (toxicómanos na nossa língua).
Decorriam os anos 40 do século passado.

Nunca tive notícia de que alguém ou alguma instituição planetárea criticasse a sua existência. Tudo era discreto e muito mais aceite que rejeitado, levando em conta ter que se optar pelo mal menor em relação aos interesses da sociedade, incluídos os próprios internados.

O ambiente entre funcionários e doentes era - salvo raras excepções - modelar, tendo em vista o bem estar de todos.

Solteiros e casais toxicodependentes (como vós dizeis e eu utilizarei a partir daqui para melhor me entenderem) viam ali mais ou menos decalcados, para melhor, os dia-a-dia dos cidadãos emigrantes que, sozinhos, deixaram por algum tempo o seu país para procurar, no estrangeiro, melhores condições de vida.
Como se estivessem integrados numa pequena cidade, quase esqueciam a estadia, a maioria das vezes involuntária.

Todas as despesas no Hospital-Colónia eram suportadas pelo Estado.

Das escolas profissionais, teatro, televisão e cinema até ao desporto, das igrejas ao cultivo do campo ou do oficinar, tudo lá existia.
Todos trabalhavam nas profissões para que tinham aptidão e por isso recebiam um salário.
Também não faltava, claro está, uma apetrechada clínica de desintoxicação com seu excelente corpo clínico, nem uma polícia especial para acorrer a casos sempre previsíveis de insubordinação.

Decorridos os anos, os resultados deste enquadramento, superaram todas as expectativas: Desde há muito que no nosso país deixou de haver problemas causados por essas vítimas da droga, constatando-se também a erradicação da sida e outras doenças.

A nossa experiência foi aplicada por toda a Worlddollandia.

O problema com que nos debatíamos foi resolvido mercê também da criação de medidas, muito reflectidas, a juzante, onde a educação e o quase pleno emprego ocuparam (e ocupam) lugar preponderante.

Obviamente que a construção do nosso Hospital-Colónia foi uma etapa importante no processo de cura dos doentes. Mas a montante e concomitantemente com esta iniciativa, foram tomadas medidas rígidas para evitar o mercado paralelo das drogas, tais como, por exemplo e resumidamente, passo a descrever:

- As drogas apreendidas não eram inceneradas, mas antes devidamente analizadas, contabilizadas e armazenadas em cofres-fortes, quais barras de ouro;

- A todos os toxicodependentes, que o solicitaram, foi-lhes emitido um cartão electrónico, seguro e personalizado, para que junto de farmácias autorizadas levantassem, ao preço de um maço de tabaco, a sua doze diária de estupefaciente;

- Os doentes que por vontade própria quizeram tentar a recuperação, ingressaram de imediato no Hospital-Colónia, sendo-lhes atribuídas instalações especiais.
A sua permanência durava o tempo mínimo de um ano.

-A outros doentes, que por crimes cometidos eram compulsivamente internados, estavam-lhes reservadas instalações separadas dos anteriores, sem que lhes fosse impedido o convívio com todos os outros habitantes da Colónia.
A estes era-lhes imposto um internamento de mais um ano após a presumível cura, salvo se o delito que os levou á Colónia não requeresse outras medidas de ordem penal.

Por hoje é tudo.

Despeço-me com consideração e até sempre,

Arthur Imaginado Real

Em Tempo:

E porque a ciência descobriu, há alguns anos, os meios capazes de impedir a utilização compulsiva de qualquer droga, o contágio da sida e o aparecimento de doenças como a hepatite, a nossa sociedade viu erradicada de vez essas chagas e angústias que desconjuntavam famílias inteiras.

Hoje seria impensável recorrer-se ao enclausuramento compulsivo dos toxicodependentes.

Por isso, parte do nosso hospital-colónia foi reconvertido, uma parte em estância turística, outra em unidade de apoio a crianças e outra a um centro hospitalar, por não ser mais prestável ao fim para que foi criado.
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